Estudos genéticos ganham publicação internacional
Trabalho sobre avanços no conhecimento da cultura da macieira é divulgado na principal publicação mundial sobre melhoramento genético de plantas
A pesquisa foi desenvolvida em conjunto por Celso Lopes de Albuquerque Junior (Unisul), Frederico Denardi (Epagri), Adriana Cibele de Mesquita Dantas (UFSC) e Rubens Onofre Nodari (UFSC).
Os últimos resultados localizam os alelos responsáveis pela auto-incompatibilidade genética das principais cultivares de macieira desenvolvidas no Brasil, explicando, assim, como funciona o mecanismo de desenvolvimento dos tubos polínicos em cruzamento de macieiras.
Essa incompatibilidade, que é a incapacidade de uma planta fértil formar sementes quando fertilizada por seu próprio pólen ou por plantas com grau de parentesco muito grande, resulta do fracasso dos grãos de pólen da mesma planta de aderirem ou germinarem no estigma. Ou, ainda, no fracasso dos tubos polínicos de penetrarem ou crescerem através do estigma, assim não fertilizando o óvulo.
“É um mecanismo que favorece a evolução da espécie porque exige cruzamentos de plantas não aparentadas”, ressalta o professor Celso, da Unisul.
O trabalho publicado na Euphytica trata da parte de estudo molecular, mas a pesquisa toda teve várias outros trabalhos paralelos que contribuíram para o estudo desse mecanismo. “Teve cruzamentos entre macieiras a campo, para verificar se os dados obtidos em laboratório iria se confirmar, uma avaliação de crescimento de tubos polínicos dos cruzamentos, onde verificou-se o tipo de desenvolvimento de acordo com os cruzamentos e a parte molecular de identificação desses alelos responsáveis por esse mecanismo”, explica o professor.
O grupo de pesquisadores se dedica há muitos anos ao estudo do cultivo de macieiras, com o objetivo de auxiliar no melhoramento genético da macieira no Brasil, especialmente em Santa Catarina, onde essa cultura tem grande relevância econômica. Nasceu na Epagri, que possui um programa de melhoramento genético da macieira há 30 anos, e desde 2004 conta com a colaboração da Unisul e UFSC.
Nesse tempo, partes da pesquisa, à medida em que os resultados eram conclusivos, foram publicados em periódicos brasileiros e internacionais, como a Revista Brasileira de Fruticultura, Acta Horticulturae e Pesquisa Agropecuária Brasileira.
Para os produtores de maçã, de Santa Catarina e do Brasil, o avanço do conhecimento proporcionado pelo desenvolvimento dessas pesquisas contribui para o aumento da diversidade genética da espécie e do desenvolvimento de cultivares mais adaptáveis em termos genéticos, permitindo a escolha de combinações mais adequadas de plantas produtoras e polinizadoras. “Isso tende a diminuir o risco de não pegamento de frutos e, como consequência, uma garantia de produção”, ressalta o professor Celso.
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